Crise obriga governo a prorrogar seguro-desemprego

Marolinha teimosa

O seguro-desemprego será novamente prorrogado por conta da crise financeira. De acordo com o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o governo pretende ampliar em dois meses o seguro-desemprego de 261,5 mil trabalhadores demitidos entre dezembro de 2008 e janeiro deste ano. A medida anunciada nesta quinta-feira (21) beneficiará 143.140 trabalhadores dispensados em dezembro e 73.360, em janeiro. O ministro afirmou também que essa é a última prorrogação do benefício, pois o saldo de empregos está positivo desde o mês fevereiro. “Essa será a ultima etapa da concessão do seguro-desemprego extra, porque fevereiro já foi positivo e continuo acreditando que teremos resultados positivos até o fim do ano”, disse.

O Ministério do Trabalho estima que as duas parcelas extras do seguro custarão ao governo federal R$ 263,7 milhões. Atualmente, o período para o recebimento do seguro-desemprego varia de três a cinco meses, e o valor mínimo é de R$ 465 e o máximo de R$ 870,01, que na média representa R$ 595,20. Com a nova medida, o benefício irá variar entre cinco e sete parcelas para os demitidos por conta da crise financeira. Contudo, para entrar em vigor, a medida ainda precisa passar pelo Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo do Trabalhador).

O anúncio da prorrogação do seguro-desemprego joga por terra o discurso do ministro Carlos Lupi, que há dias garantiu que 1 milhão de novos postos de trabalho serão gerados até o final deste ano. Com um discurso nada concatenado, Lupi criticou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que na terça-feira afirmou que no segundo semestre o nível de desemprego se igualará ao de 2007 (9%), a pior marca desde o início da era Lula.