CPI: Planalto adota discurso transverso para confundir

Passa anel

A CPI dilma_rousseff_251Petrobras/ANP continua no campo da indecisão, esperando que Lula da Silva volte ao Brasil e dê as devidas ordens aos seus comandados. Mesmo com o metalúrgico longe do Brasil, algumas determinações foram passadas por telefone. Depois de deixar o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, a ministra Dilma Rousseff ressurge com fôlego de quem quer brigar. Ao comentar sobre a possibilidade de a Petrobras ser uma “caixa-preta”, a ministra-chefe da Casa Civil disse que tal situação pode ter ocorrido entre os anos de 1997 e 2000. “Essa história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta: a Petrobras pode ter sido uma caixa-preta em 1997, 1998, 1999, 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com um nível de contabilidade dos mais apurados do mundo, porque, caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta desse tipo. É espantoso que se refiram dessa forma a uma empresa do porte da Petrobras, afirmou a ministra. Em outras palavras, Dilma Rousseff começa a empurrar o problema para a era FHC.

Em conversa com este site, na tarde de ontem, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento que culminou com a criação da CPI, negou a possibilidade de as investigações retroagirem até a época do presidente Fernando Henrique Cardoso. “Não há fato determinado que justifique um pedido dessa natureza”, disse o senador paranaense.

No caso de a base governista contrariar a lógica, insistindo na tese de estender as investigações até o período tucano, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) – líder do governo e candidato a relator da Comissão – será a tábua de salvação dos oposicionistas. Antes da chegada de Lula da Silva ao Palácio do Planalto, Jucá foi líder do governo FHC no Senado.