Preferência nacional –
Hoje, 24 
de maio, comemora-se o Dia Nacional do Café. Em 1727, os colonizadores portugueses perceberam que o Brasil tinha todas as condições para a cafeicultura, mas a eles faltavam a planta e os grãos. Foi então que, a pedido do governo do Pará, um oficial de nome Palheta foi à vizinha Guiana Francesa em busca de algumas mudas. Seguindo ordens do rei da França, o governador da Guiana, M. d’Orvilliers, negou o pedido de Palheta. Encantada com a beleza e os dotes físicos do oficial brasileiro, a esposa do governador da Guiana presenteou-lhe com um ramo de flores que trazia de maneira camuflada algumas sementes de café. Estava ali, nas mãos de Palheta, o início da cafeicultura brasileira.
Do Pará a cultura foi levada ao Maranhão para, em 1760, chegar à Baixada Fluminense e Vale do Paraíba. Não demorou muito para a cafeicultura alcançar os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Em seguida conquistou importantes cidades paulistas, como Campinas, Ribeirão Preto e Araraquara, chegando mais tarde no Norte do Paraná e Mato Grosso. Atualmente, as principais áreas de cultivo estão nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Bahia.
A exportação brasileira do café ganhou força em 1816, mas foi entre 1830 e 1840 que o produto assumiu a liderança das exportações nacionais, com participação de 40% do total. Ao final dessa década, o Brasil assume a condição de maior produtor mundial de café. A partir de 1880 teve início o chamado ciclo do café, que durou até 1930.
O ciclo do café proporcionou mudanças econômicas e sociais importantes no Brasil. A expansão da lavoura levou à ampliação das vias férreas, principalmente em São Paulo; os portos do Rio de Janeiro e de Santos foram modernizados para exportação do produto que à época liderava a economia.
Desde os anos 50, a importância do café para a economia brasileira tem decrescido sensivelmente. Uma das consequências da crise mundial de 1957 foi o início da produção de café solúvel. Em 1996, o consumo mundial de café superou a barreira dos 100 milhões de sacas. Em 1997, o Brasil registrou quase US$ 3 bilhões com a exportação de café, ocasião em que a Alemanha assumiu a liderança no ranking dos maiores importadores do produto, antes ocupada pelos Estados Unidos.
Em 2008, a cafeicultura brasileira produziu 45,9 milhões de sacas de café, o que equivale a 40% da produção mundial. Os principais estados produtores são Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia. No ano passado, as exportações atingiram 28 milhões de sacas e uma receita de US$ 4,7 bilhões. No primeiro quadrimestre de 2009, o café foi responsável por R$ 1,33 bilhão em exportações.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), entre maio de 2007 e abril de 2008 o consumo interno de café alcançou a marca de 17,45 milhões de sacas, volume 3,43% superior ao registrado em relação aos 12 meses anteriores.
