Irmão de ministro do TCU é gerente no Dnit de Pagot

Baderna iniciada

Começa a ficar menos obscura a razão do privilégio do silêncio do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Antonio Pagot. Reportagem da edição desta segunda-feira do jornal “Folha de S. Paulo” recupera a relação do ministro Augusto Nardes, do TCU, com o manda-chuva do Dnit, e lembra que em junho do ano passado Nardes retirou o Dnit da relação de órgãos públicos a serem investigados. Vale lembrar também que o ministro já foi relator de três decisões favoráveis a Pagot em um período de seis meses. A razão pela qual Nardes se negou a julgar o Dnit é simples: irmão do ministro, Cajar Nardes foi nomeado no ano passado gerente de projeto no órgão. Para o ministro do TCU, esse fato o impede de julgar assuntos administrativos, como contratação de pessoal.

Contudo, Nardes garante que a presença de seu irmão no Dnit não é barreira para fiscalizar obras do departamento. Então, fica mesmo sem explicação as resoluções do TCU em favor de Pagot. O que justifica, por exemplo, que o TCU tenha decidido em favor de Pagot e concedido pagamento extra maior à Camargo Corrêa em 2008 para uma obra do PAC? Obra que, inclusive, foi citada na Operação Castelo de Areia sob acusações de superfaturamento e doação ilegal a partidos.

Como não poderia ser diferente, Nardes e o Dnit negam qualquer conflito de interesses ou envolvimento de questões familiares com as concessões feitas pelo TCU.