Na fila do descaso, aposentados resolvem protestar

Fim de linha

Sem festa e muito menos canapés, os aposentados da Previdência Social assistem seus vencimentos diminuírem gradativamente. Para protestar contra o achatamento cada vez maior dos benefícios, dois mil aposentados participam na manhã desta segunda-feira de uma manifestação em Brasília. Depois de um protesto em frente à Catedral de Brasília, eles assistem a uma sessão em homenagem na Câmara dos Deputados. Uma das queixas da categoria inclui o “fator previdenciário”, gatilho que acaba adiando o direito à aposentadoria.

O deputado Pepe Vargas (PT-RS), que relata o projeto que altera o fator previdenciário, avisa que a nova aposentadoria será calculada pela média das 70% maiores contribuições do trabalhador ao INSS desde 1994, e não mais pela média dos 36 últimos descontos. Hoje, o cálculo é feito sobre as 80% maiores contribuições. Para a imprensa, Pepe Vargas tem dito que o novo percentual poderá representar ganho no valor do benefício, “porque, em vez de desprezar os 20% dos piores salários, não vai considerar 30% das remunerações mais baixas”. Ele dá mais explicações: “A utilização de 70%, mais a retirada do fator, é benéfica. O fator reduzia os benefícios em 37%, se o trabalhador se aposentasse aos 51, com 35 anos de contribuição”.