Polêmica armada

Câmara Municipal discute restrição para fretados no centro de São Paulo

(*) Everton Amaro

Foto: Heudes Regis
Foto: Heudes Regis
A Câmara Municipal de São Paulo pretende votar o projeto de lei 530/08, que institui mudanças para a circulação de ônibus fretados nas ruas do centro da cidade. Após quatro audiências públicas, a matéria causa polêmica entre os paulistanos, pois proíbe a entrada dos fretados e prevê a criação de bolsões de estacionamento ao longo das linhas de Metrô da CPTM para suprimir a demanda pelo transporte.

Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, as medidas são descritas como parte do esforço para racionalizar e redistribuir a demanda pelo espaço nas ruas, além de melhorar a fluidez do tráfego e diminuir os picos de congestionamento. Na contramão da matéria, o presidente do Sindicato das Empresas de Fretamento de São Paulo, Jorge Miguel dos Santos, diz que é contra a aprovação da medida. “O nosso passageiro é diferente. Ele não quer Metrô e trens porque estão lotados”, afirmou Santos.

Em entrevista à rádio CBN, o vereador José Police Neto (PSDB), líder do governo na Câmara, afirmou que a medida será aprovada sem as modificações exigidas por passageiros e donos de ônibus fretados. Neto disse também que os fretados só terão a circulação restrita quando o sistema de trens e Metrô estiver em condições de atender a demanda dos passageiros. “Há um equívoco na opinião pública, pois estamos pensando em longo prazo. Não é para amanhã e nem para a semana que vem”, explicou o vereador.

Neto reconheceu também a importância do sistema de fretamento para o cotidiano paulistano. “É importantíssimo para a cidade. Tanto que queremos a migração daquele que usa seu carro hoje para o fretamento, e futuramente a integração do fretamento para o sistema sobre trilhos. As pessoas não serão largadas em bolsões e nunca mais circularão por São Paulo. Não é essa a ideia do projeto”, assegurou Neto.