Desorganização entre os partidos pode atrapalhar andamento de CPIs

Torre de Babel

Arthur Virgílio (AM), líder da bancada tucana, será o relator da CPI das ONGs, uma das cinco comissões de investigação que estão em curso ou previstas no Senado Federal. Virgílio toma o lugar do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) que há um ano não apresentou nenhum relatório preliminar sobre as investigações. Ainda na tarde desta quinta-feira, se mostrou por fora do que acontecia na CPI ao desconhecer que o líder do PSDB já estava oficializado no cargo. Este site quis saber se Inácio Arruda iria entregar algum levantamento já realizado. Arruda simplesmente se esquivou da pergunta e garantiu que dependerá de uma reunião da CPI marcada para o dia 9 de junho.

A falta de articulação de Inácio Arruda espelha a desorganização que envolve a base governista que tenta abafar CPIs que poderiam jogar luz sobre a corrupção que envolve a máquina pública. A mais nova CPI, a da Petrobras/ANP, foi instalada com a antecipação da pizza que seria normal ao final das apurações. Nem mesmo a líder do governo no Congresso Nacional, senadora Ideli Salvati (PT-SC), deseja mais o cargo de presidente. A função de relator caberá a Romero Jucá (PMDB-RR), pois o PMDB está dando as cartas seja na pauta de votação do plenário como no andamento dos demais trabalhos legislativos do Senado.

A falta de articulação também envolve a oposição. O PSDB dá como prioridade a CPI da Petrobras/ANP, mas não tem maioria no colegiado. Também não sabe o que fazer com a CPI do Dnit, já protocolada na Mesa Diretora mas não instalada, pois o ato não foi lido pelo presidente José Sarney (PMDB-AP) ou por um substituto na presidência da ordem do dia. Está esperando algum destino a CPI da Amazônia, que é desconhecida até mesmo por alguns senadores. A instalação foi oficializada na sexta-feira passada quando o vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), deu por criada a CPI da Petrobras/ANP.