CPI da Petrobras tornou-se refém de outra Comissão

Queda de braços
A CPI das ONGs estaria sendo usada como cortina de fumaça para postergar a instalação da CPI da Petrobras/ANP, no entendimento do senador José Agripino Maia (DEM-RN). É que o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) quer retornar à relatoria da CPI das ONGs, depois de se desligar para ser membro titular da CPI da Petrobras. Com o cochilo dos governistas, o presidente da CPI das ONGs, senador Heráclito Fortes (DEM-PI) nomeou como relator substituto o tucano Arthur Virgílio (AM). A confusão ficou maior depois que líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), protocolou hoje na Mesa Diretora um documento em que, dando destaque a uma questão de ordem, solicita uma solução para a pendenga.

Além disso, o PT e o PMDB travam uma guerra surda por interesses nada republicanos e com o objetivo de abafar as investigações sobre a maior empresa brasileira. Não bastasse o entrevero entre os dois maiores partidos da base governista, no PMDB o líder Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá disputam uma queda de braço. Jucá quer ser o relator da CPI da Petrobras/ANP, mas Renan tem outra idéia. Quer ver na função Leomar Quintanilha (TO) ou Paulo Duque (RJ). No PT, Ideli Salvatti tem dito que não quer a presidência da omissão, que poderá ser ocupada pelo senador-suplente João Pedro (AM).

Enquanto armam-se as escaramuças, nada está sendo votado no plenário do Senado Federal. Dificilmente alguma matéria deverá ser votada devido ao impasse político entre a oposição e a própria base governista. Na próxima semana, o feriado de quinta-feira de Corpus Christi contribuirá para a pasmaceira na Câmara Alta.