AF 447: a certeza messiânica de Lula enfraquece

Mudando o discurso
Luiz inácio Lula da Silva disse, há dias, que “um país que encontra petróleo a 6 mil metros de profundidade é capaz de encontrar um avião a dois mil metros”. Na ocasião o metalúrgico se referia à localização do Airbus A330 da Air France, que resgate_01fazia o voo AF 477 (Rio-Paris) e desapareceu sobre as águas do Atlântico na noite de 31 de maio. No programa radiofônico “Café com o Presidente”, Lula da Silva afirmou: “o governo vai continuar fazendo esforço, através da Marinha, Aeronáutica, para encontrar, se possível, todos os corpos. Sabemos o que significa para uma família receber o seu ente querido desaparecido. Por isso, nós vamos fazer tudo o que estiver ao alcance para encontrarmos tudo o que for possível, principalmente os corpos, porque nesse momento de dor não vai resolver o problema, mas já é um conforto para a família saber que está enterrando o seu ente querido”. Até outro dia, o presidente brasileiro era um poço de certezas, ao passo que hoje ele não passa de um mar de conjecturas.

No que se refere aos trabalhos de busca, executados com dedicação e competência pela Marinha e Aeronáutica brasileiras, a missão das duas forças é encontrar e recolher corpos e destroços eventualmente localizados no Oceano Atlântico. Na tentativa de encontrar as duas caixas-pretas da aeronave, o governo da França enviou para o local de busca um submarino nuclear, cujos sonares poderão captar os sinais emitidos pelos equipamentos que guardam os registros do Airbus A330 acidentado. A embarcação chega à presumível região do acidente na quarta-feira. Isso mostra que o discurso comparativo do presidente Luiz Inácio sobre encontrar petróleo e avião não passou de mais uma de suas sandices verborrágicas.

Os nove primeiros corpos resgatados, que se encontram na fragata “Constituição”, da Marinha brasileira, devem chegar ao arquipélago de Fernando de Noronha na manhã desta terça-feira (9). (Foto: FAB)