Obras da linha 4 do metrô paulistano têm atraso de dois meses

Presente de grego
Um dos trunfos que rendeu ao prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM) a reeleição, o projeto expansão-metrô está com as obras atrasadas em, no mínimo, dois meses. As obras da “linha 4-amarela”, que ligará o bairro da Luz, no centro de São Paulo, à Vila Sônia, na zona oeste, encontraram pela frente um obstáculo para seu avanço. O “shield”, máquina usada para perfuração subterrânea conhecida como “tatuzão”, não conseguiu escavar a região da estação República, pois se deparou pelo caminho com uma espécie de galeria existente desde a década de 80.

O que é no mínimo curioso nessa situação é que o que está funcionando como um empecilho para a ampliação da malha ferroviária paulistana foi construído, justamente, para facilitar as obras da futura linha. À época da construção da estação República, que faz parte da linha 3-vermelha, estudos concluíram que o melhor seria deixar uma estrutura iniciada para a construção de uma próxima linha que se integrasse àquela estação.

Não deu certo sequer para o início. Já quando o “tatuzão” chegou ao local, no último mês de novembro, percebeu-se que não poderia passar pelo vão, que não se pode perfurar com o equipamento por ser feito de concreto, e não de terra. A solução foi fazer recortes em quatorze dos pilares que faziam parte da estrutura, perdendo-se assim tempo para consertar um erro enquanto se podiam acelerar as obras da linha.

Ao que se pode notar, as entidades de engenharia responsáveis por essa esperada linha do metrô estão acostumadas a lidar com situações nada ortodoxas de construção. Primeiro a famosa “cratera do metrô”, que foi justificada pelas empresas com instabilidade do solo. Depois, a construção “começada” que serviu apenas para atrapalhar. E, enquanto isso, o contribuinte se espreme para usar o mais que saturado meio de transporte que leva sobre trilhos milhões de paulistanos todos os dias.