Servidor quebra a tranca dos atos secretos

Pasta rosa –
A declaração de Franklin Albuquerque Paes Landim, que vem a ser o chefe do serviço de publicação do boletim administrativo do Senado Federal, quebra definitivamente a tranca que sustentava a porta dos atos secretos da Câmara Alta. O servidor garantiu que, por ordem expressa do ex-diretor geral, Agaciel Maia, ou do diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi, centenas de boletins eram guardados numa pasta e publicados quando era conveniente. o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) disse nesta manhã que inexistiu “apenas” um ato formal.
Aos jornalistas Adriano Ceolin e Andreza Matais, da “Folha de S. Paulo”, Paes Landim afirmou: “Ele [Agaciel] mandava guardar. Dizia: ‘Esse você não vai [publicar]. Você guarda. Com esse aguarda, às vezes mandava publicar, às vezes não. Podia ser amanhã, podia ser depois”.
Há uma contradição quanto ao número total de atos secretos. Muitos falam em 600, e outros acreditam que seja o dobro. A única certeza é que todos os atos secretos tiveram como objetivo beneficiar apadrinhados de gente graúda do Senado, como o próprio José Sarney (PMDB-AP). O cacique político chegou a empregar oito parentes por conta da Viúva. Os atos secretos foram classificados de “atos não publicados”, por Sarney para amenizar a crise. Foi o mesmo que fez o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, quando foi denunciado o caixa dois do partido. Delúbio disse que o dinheiro recebido por fora para financiar as campanhas eleitorais eram “valores não contabilizados”.