Senado empurra como pode a solução do escândalo dos atos secretos

Deixando para depois
A sindicância para apurar as responsabilidades dos atos secretos não será concluída nesta semana. O prazo de sete dias, previsto pela presidência do Senado, será ampliado para a próxima semana. É a partir dessa investigação que se poderá punir servidores ou apurar a responsabilidade direta de senadores que assinaram os atos em boa fé ou por interesses próprios.

Na entrevista que concedeu aos jornalistas, o primeiro secretário da Mesa Diretora, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), informou que os 663 atos considerados suspeitos não poderão ser anulados, pois já teriam produzido efeitos financeiros. Na reunião da Mesa, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anulou o ato que concedia assistência médica gratuita para o resto da vida ao ex-diretor geral Agaciel Maia.

Às portas fechadas com os colegas da Mesa, Sarney teria se comprometido a pedir a Agaciel que não comparecesse ao trabalho para não atrapalhar as investigações da equipe de sindicância. Agaciel, transformado em demônio por alguns senadores, tem dado expediente diário no Instituto Legislativo.

O senador Heráclito Fortes garantiu que a nomeação dos novos diretores resulta de uma “escolha de confiança” e que os atos daqui pra frente serão de sua responsabilidade. Foram nomeados Dóris Peixoto para a diretoria de Recursos Humanos, Haroldo Feitosa Tajra para a diretoria-geral e Petrus Elesbão Lima da Silva para a função de secretário de Estágio, cargo ocupado anteriormente pela mulher de Agaciel, Sânzia Maia.