Enxurrada de transgressões salva mandato de Edmar Moreira

edmar_moreira_03Tudo combinado
A decisão do Conselho de Ética da Câmara de encontrar uma maneira de punir o deputado Edmar Moreira (sem partido – MG), rejeitando a possibilidade de cassação do mandato, era algo esperado. Deixando de lado o caso do castelo no interior de Minas Gerais, que não foi declarado à Justiça Eleitoral, a quebra de decoro de Moreira está relacionada ao uso fraudulento da verba indenizatória a que cada parlamentar tem direito. Poupar o acusado de uma decisão mais dura foi a saída encontrada para salvar outras centenas de deputados, que usam a malfadada verba indenizatória de maneira pouco ortodoxa. Fosse para faxinar moralmente a Câmara, um julgamento coletivo deveria acontecer em praça pública, tamanho é o número de deputados que patrocinam estripulias com o dinheiro do contribuinte.

Um assunto que o parlamento optou por deixar de lado é o do programa de fidelidade das companhias aéreas. Deputados e senadores viajam pelo Brasil afora, sempre financiados pelo erário, mas reservam para si os benefícios que as empresas de aviação disponibilizam a qualquer viajante. Tais benefícios – passagens grátis e mudança de classe – deveriam ser utilizados para assuntos legislativos ou, então, por brasileiros que, por exemplo, precisam viajar aos grandes centros brasileiros em busca de tratamentos médicos de excelência.