Baile de debutante –
Às 10 horas desta terça-feira, o Congresso Nacional realizou sessão solene em homenagem ao Plano Real, que no último dia 1º completou quinze anos. Se o governo Lula da Silva não enfrentou nenhum solavanco na economia interna, exceto o provocado pela crise internacional, essa tranquilidade é resultado da continuidade da política econômica adotada durante a era Fernando Henrique Cardoso. Sem contar a competência do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, verdadeiro timoneiro da economia brasileira. É por conta do sucesso do Plano Real que petistas bravateiam aos quatro cantos um suposto messianismo do presidente Luiz Inácio, como se fosse ele o descobridor dos sete mares.
Por ocasião do lançamento do Real, petistas não pouparam palavras para criticar o plano econômico que hoje dá ao presidente Lula a condição de achar chique emprestar US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional, o sisudo FMI. Confira abaixo as críticas feitas por alguns petistas.
Com a palavra, alguns companheiros petistas:
“É preciso ser muito burro para não chegar à conclusão de que o Plano Real interessa exatamente aos oligopólios, aos banqueiros, aos grandes empresários deste país e de que essa turma toda quer fazer com que o senhor Fernando Henrique Cardoso ganhe as eleições. O que nos anima é a certeza que temos de que essa política horrorosa implantada por FHC vai derrubá-lo o mais rápido possível e fazer com que Luiz Inácio Lula da Silva ganhe as eleições no primeiro turno para mudarmos a realidade deste país”. – Deputado Chico Vigilante (PT-DF), em 15 de junho de 1994.
“A farsa do Real, como se pode perceber, terá perna curta. Não é possível esconder o fato de que ele veio com objetivos claramente políticos. Se fosse um plano seguro, deveria ter sido lançado há mais tempo”. Deputado João Paulo (PT-SP), em 1º de setembro de 1994.
“O Plano foi calibrado para chegar às vésperas das eleições. A estabilidade da moeda tem valor político e social, mas o Plano Real não vai superar a crise do país”. – Deputado Aloízio Mercadante (PT-SP), em 28 de julho de 1994.
