Sarney adota silêncio obsequioso no início do recesso

Fugindo da raia
O senador José Sarney (PMDB-AP) apenas abanou para os jornalistas ao encerrar o expediente de hoje à noite. De igual modo, a presidência do Senado Federal não distribuiu nota alguma sobre as novas denúncias contra o ex-presidente da República. Em matéria publicada hoje no jornal “O Estado de São Paulo”, gravações teriam sido feitas pela Polícia Federal ligando Sarney às nomeações de parentes e amigos através de atos secretos. No dia anterior, o filho do senador, o empresário Fernando Macieira Sarney (dirige as empresas de comunicação da família no Maranhão), foi indiciado pela PF em quatro inquéritos por supostos crimes, entre eles, o de formação de quadrilha.

Pouco antes de sair do seu gabinete, José Sarney recebeu o prefeito de Lago da Pedra (MA), Haroldo Leda. Ao deixar o encontro, o prefeito disse ao ucho.info que o senador Sarney estava tranquilo e despachando normalmente. Haroldo é um aliado da família no Maranhão e foi secretário de Estado no segundo governo de Roseana Sarney (PMDB).

Há pouco, o diretor-geral adjunto do Senado Federal, Luciano de Souza Gomes, distribuiu uma “nota à imprensa” bem sucinta. Diz a nota: “Com referência à matéria “Aliados de Sarney são 10% dos favorecidos”, veiculada hoje no jornal “O Estado de São Paulo”, esclareço que, dos 663 atos não publicados à época correta, o senador José Sarney assinou como presidente apenas dois deles e, em conjunto com a Comissão Diretora, outros sete. Nenhum dos atos tratava de nomeação e exoneração de qualquer pessoa. Os da Comissão Diretora foram convalidados pelo plenário do Senado Federal”.