Turma do barulho – Eleita para comandar o País até dezembro de 2014, a petista Dilma Rousseff continua com problemas para definir sua equipe ministerial, pois, segundo ela, o perfil de cada um dos escolhidos deve ser técnico. No núcleo duro do governo a escolha recaiu sobre os critérios da política e da confiança, mas a sucessora de Luiz Inácio da Silva não se preocupou com a probidade dos escolhidos. É fato que a Constituição Federal traz em seu texto a garantia da presunção da inocência, mas quando o assunto é política prevalece a tese da mulher de César, o imperador romano, que não basta ser honesta, mas parecer como tal.
No grupo mais próximo, Dilma Vana Rousseff escolheu uma turma que pode ser considerada da pesada. A chefia da Casa Civil será entregue ao deputado federal e ex-ministro Antonio Palocci Filho, acusado de envolvimento em escândalos de corrupção em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e algoz do caseiro Francenildo Costa, o Nildo, que teve a devida e necessária coragem de denunciar a existência da chamada “República de Ribeirão”, grupo de petistas que se reunida em uma mansão no Lago Sul, em Brasília, para acertar negócios e outros que tais. Segundo o caseiro, Palocci era um freqüentador contumaz das reuniões do grupo.
Convidada para assumir o lugar de Franklin Martins, ministro responsável pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a jornalista Helena Chagas foi quem comunicou ao então ministro Antonio Palocci que o caseiro Francenildo Costa teria recebido uma polpuda quantidade de dinheiro para espalhar o imbróglio da “República de Ribeirão”. Tempos depois, descobriu-se que Nildo recebera em sua conta na Caixa Econômica Federal um dinheiro do pai, um rico empresário no Piauí. Mesmo assim, o sigilo bancário de Costa foi violado de maneira covarde e criminosa, apenas para salvar a pele de Palocci.
Integrante da equipe mais próxima ao presidente Luiz Inácio da Silva, o religioso Gilberto Carvalho assumirá a Secretaria Geral da Presidência. Acusado de envolvimento no esquema de arrecadação de propinas que levou o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, a ser assassinado de forma cruel e bárbara, Gilberto Carvalho aparece em gravações telefônicas, feitas pela polícia, coordenando uma operação de abafamento do caso. Em uma das conversas, Carvalho elogia a desempenho de Miriam Belchior, ex-namorada do prefeito, durante as entrevistas que sucederam o caso.
Indicada por Dilma Rousseff para assumir o Ministério do Planejamento a partir de janeiro de 2011, Miriam Belchior também aparece nas gravações telefônicas do caso Celso Daniel. Com desenvoltura e frieza, Miriam inclusive combina com Gilberto Carvalho o que fazer e como se comportar durante a missa em memória do prefeito assassinado. Em determinado trecho das gravações, Gilberto Carvalho diz que Miriam Belchior desempenhou com destreza o papel de viúva.
Acometido por escândalos de toda ordem, o governo Lula da Silva passou boa parte do tempo tentando explicar o inexplicável. Na condição de braço direito de do presidente-metalúrgico, Dilma também se dedicou às desculpas, alegando que o PT não se envolve em transgressões e se distancia dos seus protagonistas. Durante a recente campanha presidencial, a presidente eleita tentou sem sucesso algum explicar o caso do dossiê contra José Serra e a violação do sigilo fiscal da filha e do genro do candidato tucano ao Palácio do Planalto.
Com sua primeira incursão na escolha dos assessores, Dilma antecipa como será o seu governo, que já considerado o terceiro mandato do messiânico Luiz Inácio Lula da Silva.
Confira abaixo os trechos das gravações
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