Dilma se fecha no Torto enquanto petistas e aliados se engalfinham por ministérios

Prazo menor – Dilma “Lulita” Rousseff tem 356 mil seguidores no Twitter. O microblog foi uma importante ferramenta de contato com os eleitores na corrida presidencial, mas nos últimos dias as notícias da presidente eleita têm diminuído. Ela mesma confirma que “vamos continuar conversando de vez em quando”. Dilma também tem evitado a imprensa, para não dizer que fugiu dos holofotes e dos microfones desde que se instalou na Granja do Torto, enquanto os companheiros brigam por espaço nas estruturas de governo.

Há um descontentamento especialmente dos petistas eleitos de estados como a Bahia, do Sergipe e do Piauí. Estariam sendo lembrados apenas os partidários do Rio Grande do Sul e de São Paulo, especialmente, como fizeram os tucanos quando ocuparam o Palácio do Planalto.

As queixas dos petistas do Nordeste também atingem os partidos da base, como o PSB do governador de Pernambuco Eduardo Campos. O grupo dele teria um crescimento que atrapalharia as pretensões do PT que reclama também do apetite do PMDB dos senadores José Sarney (AP), Renan Calheiros, Edison Lobão (MA) e do senador eleito Eunício Oliveira (CE).

A insatisfação ganha contornos de intrigas com a aproximação da divulgação de todo o ministério. Dilma definiu 15 de dezembro como data limite para anunciar o novo ministério. Até agora, menos de dez foram anunciados e alguns nomes foram retirados da lista no último instante. Há disputas pelos ministérios da Saúde, da Integração Nacional e até do Transporte, que poderia voltar a ser comandado pelo senador Alfredo Nascimento (PR), que deixa o Senado Federal no dia 31 de janeiro de 2011.

Se faltar habilidade na costura política por parte de Dilma, outro componente poderá dificultar sua administração no próximo ano. Os oito governadores do PSDB discutem como será o relacionamento com o Palácio do Planalto na próxima quarta-feira (08). O encontro marcado para Maceió, capital de Alagoas, pretende “calibrar” um discurso que delimite o espaço como representantes da oposição, mas que não alimente conflito extremo com o Planalto. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deverá estar presente, mas até agora não foi confirmada a participação do ex-candidato à Presidência da República, José Serra.