Depois de mentir durante a campanha de Dilma, ministro anuncia ajuste fiscal

Perna curta – A mentira transformou-se em ferramenta imprescindível das campanhas eleitorais. E não se trata de um privilégio de um ou outro partido político. Desde que Dilma Rousseff foi anunciada como candidata à sucessão do messiânico Luiz Inácio da Silva, bem antes da data estabelecida pela Justiça Eleitoral, boa parte das principais autoridades econômicas do governo federal fez coro para afirmar que o País não carecia de um ajuste fiscal, como forma de equilibrar a economia.

Tão logo foi confirmada a vitória de Dilma nas urnas, alguns de seus assessores começaram um processo de lenta mutação no discurso de campanha. A própria eleita disse aos jornalistas que reduzir os gastos do governo federal era uma de suas prioridades. Não demorou muito e surgiu em cena ninguém menos que o ministro Guido Mantega, da Fazenda, que permanecerá à frente da pasta.

Na segunda-feira (6), Mantega retomou o assunto e anunciou a necessidade imediata de um ajuste fiscal, o que significa cortes nos investimentos e redução das despesas de custeio. A decisão exigirá do governo o congelamento dos salários dos servidores, como já havia anunciado o ministro da Fazenda. Em relação aos investimentos, obras anunciadas com a conhecida pirotecnia palaciana terão de ser reavaliadas. Entre os projetos que correm o risco de permanecer no papel estão o da construção do trem-bala e o da usina hidrelétrica de Belo Monte. Fora isso, a reforma e ampliação dos aeroportos e a adequação urbana de algumas cidades para a Copa de 2014 devem sofrer cortes.