Previdência privada: garantindo o futuro

(*) Eduardo Pocetti –

A previdência tem sido essencial para muitos brasileiros. Milhões de famílias em todo o país dependem dos benefícios recebidos por aposentados e pensionistas para se manter. Em alguns municípios brasileiros, a economia local é praticamente sustentada por recursos advindos da previdência do Estado.

No entanto, sabemos que o sistema previdenciário oficial tem suas limitações e restrições. Geralmente, os beneficiários do INSS não conseguem manter ao aposentar-se o mesmo rendimento que recebiam na ativa. Também existe o teto para os benefícios pagos pelo Instituto, que hoje está próximo a R$ 3,5 mil. Além disso, o chamado fator previdenciário costuma reduzir o rendimento daqueles que se aposentam antes de atingir a idade mínima.

Outra questão que não podemos perder de vista é a necessidade de uma possível reforma previdenciária futura, que tenderá a estabelecer condições ainda mais restritivas às regras já existentes, diante da tendência de crescimento gradativo do número de beneficiários do INSS e o provável aumento do déficit no setor.

Diante de tudo isso, a previdência complementar, oferecida por entidades abertas ou fechadas e por instituições privadas, é uma boa opção para os trabalhadores que planejam garantir uma renda melhor ao se aposentar.

As instituições financeiras brasileiras oferecem hoje algumas boas opções de investimentos em planos de previdência complementar privada. Assim, os trabalhadores, desde que se planejem de acordo com sua capacidade de poupar, têm a opção de aplicar recursos nessas variedades de fundos para resgatar o dinheiro poupado, com juros e correção, no período da aposentadoria, como forma de complementação de seus vencimentos.

Existem, também, as entidades fechadas de previdência complementar, que atuam vinculadas a grandes empresas ou instituições (muitas delas públicas) e oferecem aos trabalhadores desses grupos planos destinados a melhorar a renda durante a aposentadoria. É comum, nesses casos, que haja um sistema de coparticipação entre o empregado e o empregador, reunindo contribuições de ambos para a composição dos planos de previdência complementar, o que aumenta o potencial de poupança do contribuinte e tende a garantir rendimentos mais expressivos no momento da aposentadoria.

Hoje, diante de um mercado de trabalho competitivo e da restrita oferta de pessoal capacitado, os planos de previdência complementar são um benefício valorizado pelos profissionais. Muitas empresas têm investido em planos fechados ou em contratar instituições privadas para gerenciar planos empresariais.

Ser previdente é considerado uma virtude entre as pessoas. Planejar o futuro e se preparar para o período da aposentadoria é, portanto, uma atitude daqueles que valorizam virtudes. O Brasil precisa muito de bons trabalhadores, empreendedores e de pessoas dispostas a ajudar a construir um país sempre melhor. Entre esses bons brasileiros, estão, sem dúvida, aqueles que poupam e que se preparam para uma melhor idade tranquila, produtiva e contributiva.

(*) Eduardo Pocetti é CEO da BDO no Brasil, firma-membro integrante da quinta maior rede do mundo em auditoria, tributos e advisory services.