Em cima do muro – Quem votou no PSDB nas últimas eleições já pode se considerar abandonado, pois os governadores eleitos do partido, reunidos em Maceió na quarta-feira (15), decidiram que terão postura republicana em relação ao governo da petista Dilma Vana Rousseff. Em outras palavras não farão oposição ao Palácio do Planalto, assunto que ficará a cargo de deputados e senadores.
A decisão dos governadores decorre da necessidade dos estados em ter acesso às verbas federais, o que em caso de oposição implacável pode ser mais difícil. Se os governadores de fato pensam assim, é porque Dilma governará apenas para os que despejaram voto em seu favor. Ideologia política ou bandeira partidária é aceitável apenas no momento em que se faz política, mas não quando se comanda uma nação. Dilma Rousseff será, a partir de 1º de janeiro, presidente de todos os brasileiros e como tal não poderá criar entraves para o repasse de recursos da União para os estados, sob pena de responder judicialmente por seus atos.
Do encontro na capital alagoana participaram os eleitos Geraldo Alckmin (SP), Antonio Anastasia (MG), Beto Richa (PR), Marconi Perillo (GO), Siqueira Campos (TO), Anchieta Júnior (RR), Simão Jatene (PA) e Teotônio Vilela (AL), anfitrião do grupo.
Postura republicana não impede os partidos políticos de fazerem oposição ao governo federal, algo que não se viu durante os oito anos do governo Lula da Silva. Nesse período, muitas foram as ocasiões em que os jornalistas do ucho.info alertaram para a necessidade de se fazer oposição republicana ao presidente-metalúrgico. O que não se pode admitir é um senador, neste caso Arthur Virgílio Neto (AM), líder do PSDB no Senado Federal, subir à tribuna para dizer que irá esmurrar o presidente Luiz Inácio e, meses depois, pegar carona no avião presidencial.
Na verdade, o que falta no Brasil é alguém que faça política republicana, pois o que temos visto nos últimos tempos é político e partidos legislando em causa própria.
