Atrasos e cancelamentos de voos provocam irritação e agressões nos aeroportos

Caos generalizado – Semanas atrás, quando a aviação comercial brasileira começou a apresentar seus novos gargalos, a Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, anunciou que daquela data até o final do período de festas natalinas estava proibida em todo o País a prática do overbooking, estratégia comercial adotada pelas companhias aéreas que culmina com a venda de passagens em volume não correspondente ao número de assentos disponíveis nas aeronaves. Proibir o que é proibido por questões óbvias é no mínimo uma zombaria com o consumidor.

Com o crescimento do número de voos por conta das festas de final de ano e as férias, a Anac não tem conseguido controlar o caos que já está instalado nos principais aeroportos brasileiros. Dos 1.423 voos domésticos programados para até as 14h desta quarta-feira, 418 atrasaram mais de meia hora (29,4%) e 61 foram cancelados (4,3%). Entre os 94 voos internacionais, 30 atrasaram (31,9%) e dois foram cancelados (2,1%). As informações foram divulgadas pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Os aeroportos que registraram os maiores índices de atrasos em voos domésticos são Guarulhos (53,8%), Belém (50%), Fortaleza (42,9%), Brasília (42,3%) e Manaus (37,8%).

A situação deve piorar ainda mais na quinta-feira (23), quando aeronautas e aeroviários prometem iniciar uma greve por melhores salários. Companhias aéreas e representantes dos trabalhadores tentaram sem sucesso um acordo na tarde de terça-feira, mas a greve foi mantida.

À noite, no aeroporto de Manaus, passageiros revoltados com a barafunda em que se transformou a aviação brasileira acabaram agredindo funcionários da TAM. Se as autoridades federais não encontrarem uma solução imediata para o problema a situação pode ultrapassar os limites da civilidade.

Faltando menos de quatro anos para a abertura da Copa de 2014, o governo brasileiro ainda não investiu um centavo de Real nas obras de reforma e ampliação dos aeroportos. Secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke já manifestou sua preocupação com o caos que infesta a aviação brasileiras e os aeroportos verde-louros. Na ocasião, o messiânico Luiz Inácio da Silva ficou irritado.