Novo salário mínimo é a prova maior de que Lula deu as costas aos trabalhadores

Miséria oficial – Nos tempos em que liderava uma ferrenha e chicaneira oposição ao Estado, o então esquerdista Luiz Inácio da Silva condenava os governantes da época pelo achatamento salarial, assunto que negociou durante anos a fio com os empresários na condição de líder sindical. De igual modo, Lula defendia a imediata estatização dos bancos e criticava duramente o Fundo Monetário Internacional, veneno que se materializava em muros e fachadas através da frase “Fora FMI”.

Para de chegar ao poder, o messiânico Lula foi obrigado a jogar no lixo duas décadas de discursos utópicos e radicais, pois aliar-se aos banqueiros era o único caminho para vencer a eleição presidencial de 2002. Instalado no Palácio do Planalto, Luiz Inácio transformou-se no mais direitista dos representantes da esquerda latino-americana, deixando para trás todas as promessas feitas durante a campanha eleitoral.

Depois de receber polpuda ajuda financeira dos banqueiros, o presidente se viu obrigado a dar a contrapartida. Desde então, os bancos passaram a lucrar como “nunca antes na história deste país”. E várias foram as armadilhas criadas pelos banqueiros para fisgar os incautos cidadãos.

Não faz muito tempo, Lula abusou mais uma vez da sandice afirmou que emprestar dinheiro ao FMI é “chique”. A insana declaração aconteceu após o Brasil aportar US$ 10 bilhões no Fundo Monetário Internacional.

Enquanto o presidente se bandeava para o lado do capitalismo, o trabalhador brasileiro foi covardemente esquecido por aquele que um dia garantiu ser um fiel representante da massa trabalhadora. A prova maior do abandono está no novo valor do salário mínio, que a partir de 1º de janeiro passa a valer R$ 540.

Depois que especialistas do mercado financeiro anunciaram que a inflação deve fechar 2010 na casa dos 5,9% ao ano, o novo salário mínimo não incorporou qualquer ganho. Na verdade, o novo salário mínimo nada mais é do que os atuais R$ 510, mais o valor correspondente à inflação deste ano. Lula por certo alegará que poucas são as pessoas que recebem mensalmente um salário mínimo, mas enquanto existir um brasileiro recebendo essa miséria tão combatida no passado pelo presidente, o aumento deve ser além da inflação.

Mesmo assim, Luiz Inácio cometeu a irresponsabilidade de torrar R$ 20 milhões para colocar no ar uma campanha oficial de despedida, cuja assinatura é a mentirosa frase “estamos vivendo o Brasil de todos”.