Mensaleiro e mentor do escândalo dos “dólares na cueca” trocam beijos com Dilma

Papagaio de pirata – Ao chegar ao Congresso Nacional, depois de enfrentar torrencial chuva na Esplanada dos Ministérios, a eleita e diplomada Dilma Rousseff dirigiu-se ao plenário da Câmara dos Deputados, onde será empossada no cargo de Presidente da República.

No curto trajeto que cumpriu no Congresso, Dilma cumprimentou diversos parlamentares, o que para alguns pode ser traduzido como sinal de prestígio dos cumprimentados pela primeira mulher a comandar os destinos do País. Entre os aduladores que trocaram beijos com a neopetista estavam os “companheiros” José Genoíno e José Nobre Guimarães, do PT de São Paulo e do Ceará, respectivamente.

Derrotado nas eleições de outubro passado, José Genoíno foi acusado pela Procuradoria Geral da República como um dos protagonistas do escândalo que ficou conhecido como “mensalão do PT”, esquema criminoso de cooptação de parlamentares a partir do Palácio do Planalto. Então dirigente do PT, Genoíno desde a deflagração do imbróglio se recusa a falar com a imprensa, como se os veículos de comunicação fossem responsáveis pelo período mais corrupto da história política nacional.

José Nobre Guimarães, irmão de Genoíno, foi reeleito para a Câmara dos Deputados e foi o mentor intelectual pelo episódio que ganhou o noticiário como o escândalo dos “dólares na cueca”. Na ocasião, a Polícia Federal prendeu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em julho de 2005, o assessor parlamentar José Adalberto Vieira da Silva, que carregava R$ 200 mil em uma valise e US$ 100 mil na cueca. Vieira da Silva, que trabalhava para o deputado José Nobre Guimarães, disse aos policiais que o dinheiro era proveniente do pagamento de verduras vendidas no Ceagesp, maior centro de distribuição de alimentos da América Latina.

Se a presidente Dilma Rousseff concede tal deferência aos protagonistas de alguns dos escândalos de corrupção que marcaram a era Lula, não é difícil imaginar o que o povo brasileiro deve esperar para os próximos quatro anos. Até porque, na equipe ministerial da nova mandatária tupiniquim há integrantes com currículo no mínimo bisonho.