Dilma anuncia a privatização parcial dos aeroportos, mas os petistas trocam o ufanismo pelo silêncio

Pela culatra – Por ocasião da corrida presidencial de 2006, quando Luiz Inácio da Silva tentava a reeleição, a troupe petista, muito bem amestrada, invadiu a rede mundial de computadores para alardear inverdades sobre o adversário do messiânico presidente. Afirmavam os encabrestados que em caso de vitória de Geraldo Alckmin, o PSDB partiria para uma nova onda de privatizações, a começar pela Petrobras. À época, os tucanos demoraram a contestar as acusações, fazendo com que uma sonora mentira se transformasse em uma frágil verdade.

Na recente disputa pelo Palácio do Planalto, os petistas voltaram à carga com a mesma cantilena, transferindo ao ex-presidenciável a sanha por privatizações. Como sempre acontece, a reação tucana demorou a acontecer. Agora, com a neopetista Dilma Vana Rousseff no comando dos destinos do País, o governo federal, que não sabe como e onde cortar gastos, anuncia que privatizará a ampliação dos aeroportos brasileiros. Muito estranhamente, nenhum petista que no pretérito estava pronto para aspergir inverdades surgiu em cena para um mea culpa.

A necessidade de reformar e ampliar os principais aeroportos brasileiros torna-se maior por conta da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. E o gargalo representado pelos aeroportos continua sendo a preocupação maior dos dirigentes da FIFA. Não faz muito tempo, enquanto estava no poder, Lula da Silva chamou de “idiotas” aqueles que temiam por um colapso na aviação civil verde-loura por ocasião dos eventos esportivos. Acontece que os aeroportos brasileiros, que já ultrapassaram as fronteiras do caos, têm operado além da capacidade, índice que em alguns casos alcança a incrível marca de 35%.

Há nos aeroportos brasileiros duas situações a serem solucionadas com urgência. A emergencial, que sanaria os problemas que as autoridades insistem em transferir para as companhias aéreas, e a estrutural, que evitaria no longo prazo a ampliação do caos. O processo de privatização deve esbarrar na legislação, o que fará com que o atraso nas anunciadas reformas seja ainda maior. Ou seja, os aeroportos devem ser o grande fiasco da Copa de 2014.