Mantega continua inventando desculpas para a desvalorização da moeda norte-americana

Conversa mole – Escolhido pela presidente Dilma Rousseff para continuar à frente do Ministério da Fazenda, o petista Guido Mantega continua abusando dos discursos inócuos. Durante o período em que dividiu as decisões econômicas com o então presidente do Banco Central, o ministro criou zonas de conflito com Henrique Meirelles, o mais competente nome da equipe de Luiz Inácio da Silva.

Sem colher os esperados dividendos das ações para conter a desvalorização da moeda norte-americana, Guido Mantega volta à carga com um palavrório que não convence o setor da indústria, o mais afetado com a supervalorização do Real. Para Mantega, a desvalorização do dólar é transitória e está atrelada à recuperação da economia dos Estados Unidos. “Esse movimento [de queda do dólar] não vai continuar. Mesmo porque, se persistir, o governo vai tomar medidas para impedir que valorização do real prossiga”, declarou o ministro.

Até outro dia, a desculpa para o desfavorável cenário cambial era que os Estados Unidos estavam em crise e a Casa Branca vinha emitindo moeda aos bolhões. Agora a situação é inversa e o discurso de Guido Mantega continua patinando na incongruência. Cotado abaixo de R$ 1,70 nas duas últimas semanas, o dólar continua tirando o sono dos industriais brasileiros. Os da exportação não dormem porque a falta de competitividade dos produtos verde-louros no mercado internacional é cada vez mais evidente, por força da diferença cambial e do chamado custo Brasil. Os empresários que produzem para o mercado interno passam boa parte do tempo acordados em função do derrame de produtos importados, em especial os fabricados na China, onde inexiste legislação que proteja o trabalhador.

Enquanto Guido Mantega e seus pupilos insistem nesses discursos cansativos e inócuos, o Brasil dá a cada dia um novo passo rumo à desindustrialização. Na verdade, o Brasil caminha para ser um país de comerciantes e prestadores de serviços.