Brasil tem recorde na produção de cana-de-açúcar, mas combustível verde está mais caro

Pato da história – O Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária informou na manhã desta quinta-feira (6) que a produção nacional de cana-de-açúcar moída é recorde e representa aumento de 3,4% na produção sucroalcooleira total na comparação com o ciclo 2009/2010. A produção no ano passado chegou a 624,99 milhões de toneladas.

Levantamento da Conab informa que produtividade média caiu 4,6% sobre a safra anterior, passando a 77,8 toneladas por hectare. A queda pode contribuir, mas não justifica o aumento do preço nas bombas do álcool anidro. O preço subiu em torno de 25%, surpresa que os motoristas tiveram logo nos primeiros dias deste ano no Centro-Oeste. Esse percentual de reajuste equivale a R$ 0,60.

No Mato Grosso, o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Mato Grosso, Aldo Locatelli, concorda que “os valores praticados são exagerados, como todos os praticados neste país, e não há como o revendedor suportar os preços sozinhos”. Resumindo: o consumidor paga a conta enquanto o governo não explica como um programa nacional do álcool combustível caiu em descrédito junto aos brasileiros.

O álcool anidro é usado como aditivo em combustíveis, sendo composto por 99,5% de álcool puro e 0,5% de água. A gasolina recebe 22% do produto para substituir o chumbo, elemento químico venenoso e prejudicial à saúde e ao meio ambiente. O Brasil produz 35% de álcool anidro e 65%, de hidratado, segundo informações da Embrapa.

De acordo com o relatório da Conab divulgado hoje pelo Ministério da Agricultura, do total de cana a ser esmagada, 53,8% (336,2 milhões de toneladas)são destinados à produção de 27,7 bilhões de litros de etanol – 19,6 bilhões de litros são do tipo hidratado e 8,1 bilhões do anidro. Os 46,2% (288,7 mil toneladas) restantes vão para a produção de açúcar, que chegou a 38,7 milhões de toneladas.