Presidente do STF, Cezar Peluso adia decisão sobre soltura do terrorista italiano Cesare Battisti

Compasso de espera – Presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Cezar Peluso indeferiu na tarde desta quinta-feira (6) o pedido de libertação de Cesare Battisti, cuja extradição foi negada pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva em 31 de dezembro de 2010. Com a decisão de Peluso, o pedido de libertação do terrorista italiano segue para a análise do ministro-relator Gilmar Mendes, que em função do recesso do Judiciário só retornará ao trabalho em fevereiro.

O advogado Nabor Bulhões, que defende os interesses do governo italiano, afirmou que ainda nesta semana apresentará ao STF um pedido de impugnação da decisão do ex-presidente Luiz Inácio da Silva. Para Bulhões, a expedição do alvará de soltura de Cesare Battisti deve ser decidida e feita pelo plenário do STF, pois a decisão mantê-lo preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, à espera do julgamento do pedido de extradição decorreu de uma decisão colegiada.

Na última terça-feira (4), o primeiro-ministro Silvio Berlusconi garantiu que as relações com o Brasil não serão comprometidas por causa da decisão de Lula da Silva de não extraditar Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua por participar de quatro assassinatos. “Este caso não afeta as boas relações que temos com o Brasil, trata-se de um caso de Justiça, por isso nossas relações com esse país não mudarão por causa dessa situação”, declarou o chefe do governo italiano após reunir-se, em Milão, com Alberto Torregiani, filho do joalheiro assassinado em 1979 por integrantes do “Proletários Armados pelo Comunismo”, grupo radical de esquerda do qual fazia parte Cesare Battisti.