Números no Supremo – O estigma do passado parece incomodar ao ponto da película de 16 milímetros, de Alan Pakula, se assemelhar ao escândalo que derrubou Antônio Palocci Filho do Ministério da Fazenda, ainda no governo Lula. É que o fantasma da agenda da cafetina Jeany Mary Corner volta a assombrar a corte republicana. No filme de 1971, “Klute – o passado condena”, a história central envolve Bree Daniels, a garota vivida por Jane Fonda e o detetive Klute, no papel de Donald Sutherland.
Na vida real, o que remove o passado não é um crime de morte, mas a lista telefônica comprometedora de personagens da política brasileira para encontros casuais. A dona da agenda voltou a se manifestar nesta semana. Disse que estaria abandonada, segundo publicou a colunista da “Folha de S. Paulo” Mônica Bérgamo, em claro recado aos antigos clientes que voltaram a povoar o noticiário de Brasília.
A jornalista publicou que o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), um dos poucos a admitir que conhece a cafetina, comentou o fato de ela andar reclamando de “abandono”. “Da última vez em que isso aconteceu, eu falei, alertei. Ninguém ligou. Deu no que deu.”
Em março do ano passado, o também colunista Cláudio Humberto afirmou que a agenda da “promotora de eventos” Jeany Mary Corner, apreendida pela Polícia Federal, é uma das peças mais bombásticas do inquérito do “mensalão do PT”, no Supremo Tribunal Federal. Jeany disse à PF que seu braço direito era Carla Cristina Lara, depois namorada de Rogério Burati, ligado ao ex-ministro Antônio Palocci.
Na época do escândalo, a jornalista Helena Chagas teria sido desligada do jornal “O Globo”. Como coordenadora da sucursal do matutino em Brasília, Helena teria feito vistas grossas às orgias promovidas pelos petistas em uma mansão no Lago Sul com as garotas de Jeany Mary. O caso veio à tona com uma reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”. Helena acabou diretora da Empresa Brasil de Comunicação (antiga Radiobras) e agora foi premiada com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
