Assessores subalternos vivem às turras no Palácio do Planalto e Dilma despacha crucifixo

Ciumeira petista – No final de 2010, servidores e colegas compareceram à festa de despedida da então gerente do Programa de Aceleração do Crescimento, Miriam Belchior, que dava expediente na Casa Civil. Em data diferente também houve uma recepção festiva para Clara Ant, a secretária particular do ex-presidente-metalúrgico Lula da Silva. A saída das duas influentes assessoras provocou um efeito cascata dentro do Palácio do Planalto.

O processo de troca de cadeiras foi acelerado com a chegada de personagens como o ministro Antônio Palocci Filho, que assumiu a Casa Civil, e de Helena Chagas, que agora comanda a comunicação social do Palácio do Planalto. O clima dentro do centro do poder da administração federal, como é de se imaginar, não é dos melhores. A ciumeira e o medo de perder o emprego deixaram os comissionados, quase todos ligados ao Partido dos Trabalhadores, com os nervos à flor da pele.

Nesta segunda-feira (10) deverá acontecer uma reunião para apaziguar os ânimos e avançar nas mudanças de pessoal. No processo de substituições sobrou para a ex-mulher do deputado federal e duas vezes presidente da CUT, Vicentinho (PT-SP). Ela ficou sem emprego e deve voltar a São Bernardo do Campo, berço do sindicalismo metalúrgico nacional, onde já está seu amigo pessoal Luiz Inácio da Silva.

A mudança de servidores no Palácio do Planalto é uma das consequências da primeira semana de Dilma Rousseff como presidente da República. Entre as decisões já tomadas está a retirada da Bíblia e o crucifixo do seu gabinete. No domingo (9), a imprensa lembrou que em 2007, em entrevista à “Folha de S. Paulo”, ela afirmou ter ficado “durante muito tempo meio descrente”. Em abril de 2010, já em campanha, lembrou ter sido criada no catolicismo e que acreditava em uma força superior. “Estudei em colégio de freira. Sou católica”, disse a então candidata, que à época tentava escapar da pecha de ser favorável ao aborto, assunto que provocou uma revolução nos escaninhos da fé.

Para criar um discurso mais coeso, pelo menos no primeiro escalão, na próxima sexta-feira (14) Dilma deverá coordenar a primeira reunião ministerial coletiva. A pauta do encontro deverá ser economia, segundo informou o ministro de Relações Institucionais, deputado Luiz Sérgio Nóbrega. Dilma teria pedido ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que prepare uma exposição sobre o tema.