Petista Marco Maia discursa em reunião de líderes tucanos e se isola na corrida à presidência da Câmara

Estranho no ninho – Pode parecer utópico, mas no mundo da política a utopia cede lugar aos interesses. Inimigos figadais durante os últimos dezesseis anos, PT e PSDB fizeram as pazes, pelo menos na Câmara dos Deputados, onde há pouco terminou a reunião do tucanato que decidiu questões relativas à próxima legislatura, que terá início na próxima terça-feira, 1º de fevereiro.

Na reunião da liderança do PSDB na Câmara, quem discursou foi o petista Marco Maia (RS), candidato do Palácio do Planalto à presidência da Casa legislativa. No rastro de um acordo político com Maia, o PSDB indicou o deputado Eduardo Gomes (TO) para a 1ª vice-presidência da Câmara. Durante o encontro ficou decidido que o deputado Duarte Nigueira (SP) será o líder do PSDB na Câmara, enquanto Paulo Abi-Ackel (MG), o líder da minoria.

Em seu discurso, Marco Maia dirigiu-se ao atual líder do PSDB, João Almeida (BA), que deixa o posto na próxima semana, lembrando que o tucano foi o primeiro parlamentar a defender, no final de 2010, a tese da proporcionalidade.

Maia também informou que logo mais às 16 horas, após reunião com sete partidos políticos, concluirá um acordo que terá na proa nada menos que 22 legendas, o que na prática sepulta a candidatura avulsa do deputado Sandro Mabel (PR-GO) À presidência da Câmara. “Por isso não acredito em outras candidaturas”, afirmou o petista gaúcho.

Na costura política finalizada há instantes, o PSDB ficará em terceiro lugar para requisitar a relatoria de matérias e a presidência de comissões técnicas permanentes. Por conta disso, os tucanos estão de olho na Comissão de Minas e Energia, cujo presidente, se prevalecer o acordo, será o deputado federal Wandenkolk Pasteur Gonçalves, do PSDB do Pará.

Enquanto PT e PSDB curtem a pontual lua de mel, o PMDB corre por fora em busca da primeira secretaria da Câmara dos Deputados. Há no partido um sem fim de interessados, mas o nome do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) ganha força por conta da boa gestão que o parlamentar teve quando ocupou o mesmo cargo.