Senadora tucana sugere afastamento do presidente do TCU que cobrou por cursos e palestras

“Antiético” – A senadora e vice-presidente do PSDB, Marisa Serrano (MS), classificou como “antiéticos” os cursos e palestras proferidas pelo ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União. Ele recebeu pelo menos R$ 228 mil por O TCU é um órgão auxiliar do Legislativo na fiscalização das contas públicas.

Segundo a senadora, se for preciso, Zymler deve pedir afastamento do cargo. “Temos que esperar para saber qual ação ele vai desenvolver: se vai deixar o cargo ou se tem alguma justificativa a apresentar que ainda não sabemos”, avaliou. “A pessoa tem que saber os pesos e as medidas. Ele não pode fiscalizar um órgão ou empresa pública e ao mesmo tempo cobrar delas para fazer palestras. Isso não é compatível com o cargo”, disse a senadora.

Mesmo depois dos pagamentos, segundo a reportagem da “Folha de São Paulo”, Zymler seguiu como relator de seis procedimentos e participou de ao menos cinco julgamentos de processos de interesse dos seus contratantes.

A única manifestação pública até agora de Zymler, segundo publicou o ucho.info na edição de quinta-feira (27), foi distribuir uma nota aos demais colegas ministros do TCU. No documento, o presidente do Tribunal se defende e alega que as palestras feitas para órgãos fiscalizados pela instituição não foram “exercida fortuitamente ou de forma conflitante”.

Para Zymler, nenhuma lei, ética ou moral foram descumpridas. Muito pelo contrário: ele afirma que fez o trabalho na melhor correção. Na carta distribuída aos colegas ministros, Zymler não é nada modesto. “Meus atos e, sobretudos meu Votos, falam por mim”. E o próprio ministro diz não abrir mão da modéstia, “ao afirmar que o desempenho do magistério é motivo de muito orgulho para mim, uma vez que resulta do trabalho de toda uma vida dedicada a estudos, pesquisas e publicações de livros e artigos especializados”.