Mantega, Haddad e Miriam Belchior inauguram a lista de ejetáveis do governo Dilma Rousseff

Faca amolada – Antes de completar o primeiro mês na Presidência da Republica, a neopetista Dilma Rousseff tem enfrentado um sem fim de desafios nos bastidores do poder. Para evitar a propagação da crise e dar contorno a um perfil diferente do seu antecessor, Dilma tem seguido as sugestões que constam de um projeto desenhado por marqueteiros palacianos, que entendem ser a discrição o melhor caminho para a nova inquilina do Palácio do Planalto. De tal modo, Dilma Rousseff tem evitado ao máximo dar declarações e nas últimas semanas poucas foram as suas aparições públicas.

Enquanto o projeto dos marqueteiros segue lentamente o seu caminho, a presidente não abandonou o estilo truculento de tratar assessores e colaboradores, detalhe que marcou sua passagem pela Casa Civil na era do companheiro Luiz Inácio da Silva. Há dias, Dilma desmentiu dois de seus principais colaboradores. O primeiro deles foi o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que permaneceu no cargo a pedido de Lula. Para negociar com as centrais sindicais sobre o valor do salário mínimo, atualmente fixado em R$ 540, Dilma escalou Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência.

Com Mantega alijado do processo de negociação, coube a Gilberto Carvalho garantir aos sindicalistas que o governo federal já estuda um reajuste da tabela do Imposto de Renda, como forma de atender parcialmente o pleito dos trabalhadores. Horas depois do anúncio, Guido Mantega negou que o tema fosse objeto de estudos por parte do Ministério da Fazenda. Acontece que Gilberto Carvalho, que cumpriu ordens expressas da presidente Dilma, se reunirá mais uma vez, ainda nesta semana, com os sindicalistas.

Quem também entrou na mira da verborragia truculenta de Dilma Rousseff foi a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que no capítulo final do governo Lula foi responsável por gerenciar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento. Ao anunciar os inevitáveis cortes no orçamento da União, que devem chegar à marca dos R$ 60 bilhões somente neste ano, Belchior deixou claro que algumas obras do PAC sofreriam redução de verbas, assunto que também mereceu a chancela do ministro da Fazenda. Mantega anunciou cortes em algumas obras do PAC em duas situações: no apagar das luzes do governo de Luiz Inácio da Silva e nos primeiros dias da era Dilma Rousseff. Em Porto Alegre, onde na última semana participou de cerimônia em memória das vítimas do Holocausto, Dilma garantiu que nenhuma obra do PAC será afetada.

Como o governo federal enfrenta uma crise persistente nos bastidores, com alguns dos entreveros chegando à imprensa, não demorará muito e Dilma Rousseff será obrigada a promover pelo menos uma degola, pois do contrário a sua administração será marcada pelos contraditórios, com chances reais de se transformar em uma enorme e incontrolável baderna. Na lista dos decapitáveis estão, além de Guido Mantega e Miriam Belchior, o ministro da Educação, Fernando Haddad, que há muito vem colecionando confusões.