Insatisfação no mundo árabe será perigosa e incontrolável quando a religião comandar o jogo

Pavio curto – No rastro das revoltas populares que lograram êxito na Tunísia e Egito, com direito à deposição dos respectivos presidentes, o Bahrein vive uma onda de manifestações contra o atual governo, liderado pelo rei Hamad Bin Issa Al Khalifa, integrante da elite sunita. Os xiitas, que exigem melhores condições de vida e trabalho, têm sido alvo constante das forças policiais, o que já provocou centenas de feridos e mais de vinte mortos. Tal situação contribui para o agravamento para a crise que começa a se espalhar pelo mundo árabe.

Tanto na Tunísia como no Egito, assim como acontece no Bahrein, os protestos se concentram em reivindicações civis. No momento em que o viés religioso ganhar destaque nessa explosão de descontentamento, o Oriente Médio corre o sério risco de sofrer uma lufada de totalitarismo da fé, assim como acontece no Irã, onde os aiatolás, desde a queda do xá Mohammad Reza Pahlevi, governam a antiga Pérsia com mão de ferro.

O governo dos Estados Unidos tenta incentivar uma revolta no Irã, mas até agora o governo de Teerã tem respondido prontamente e com truculência às manifestações dos oposicionistas.

O cenário atual, sem a ingerência da fé, pode ser considerado sob controle, o que dá ao Estado de Israel uma tranquilidade momentânea. Quando os revoltosos deixarem de lado as questões civis, o mundo que se prepare, pois uma onda de violência deve se espalhar pela região.