Ampliação irresponsável do crédito garantiu a vitória de Dilma e alimentou a volta da inflação

Pela culatra – Em dezembro de 2008, Luiz Inácio da Silva, o messiânico, ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a manutenção do consumo em níveis elevados. A ideia amalucada de Lula era combater os nefastos efeitos da crise financeira internacional e conquistar o status de único país a deixar a turbulência global sem grandes estragos na economia. À época, os jornalistas do ucho.info alertaram para a enorme sandice que carregava o pedido presidencial, bem como destacaram o perigo do endividamento da sociedade.

Passados dois anos da tresloucada incursão luliana, o Brasil se depara com o retorno da inflação, que tem mostrado resistência às medidas de combate adotadas pelo governo federal. Incentivar a economia interna é algo necessário para o desenvolvimento do País, mas quando isso se dá através da concessão irresponsável de crédito o resultado não pode ser outro que não uma situação de difícil enfrentamento.

Pela décima primeira vez consecutiva, o mercado financeiro voltou a elevar na última semana a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2011, que saltou de 5,75% para 5,79%, de acordo com informações do relatório Focus, do Banco Central, divulgadas nesta segunda-feira (21). Em relação ao próximo ano, 2012, a estimativa do mercado para o IPCA também é de alta, tendo avançado de 4,70% para 4,78%.

Isso mostra que na próxima reunião o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve elevar mais uma vez a taxa básica de juros, a Selic (atualmente fixada em 11,25% ao ano), como medida de combate à inflação. A expectativa do mercado é de que o Copom eleve a Selic para 11,75% ao ano.

Enquanto as previsões de inflação sobem seguidamente, o governo da presidente Dilma Vana Rousseff insiste em não levar às minúcias o anunciado corte de R$ 50 bilhões nos gastos públicos federais, o que mantém certo grau de desconfiança em relação ao que declararam as autoridades econômicas.

Nesse cenário é preciso considerar alguns fatores que foram anunciados pelo Palácio do Planalto como investimentos, mas que na verdade serviram apenas para engrandecer a pirotecnia da campanha da então candidata Dilma Rousseff. E anunciar cortes em setores que jamais seriam contemplados é querer transformar o Brasil em um enorme picadeiro.

O mesmo acontece com a assustadora expansão do crédito ocorrida nos últimos dois anos, fator que contribuiu com largueza para o retorno da teimosa inflação. É fato que o aquecimento da economia se dá também através da concessão de crédito, mas de nada adianta esse tipo de medida se a ação não for planejada e o setor produtivo não estiver preparado para atender rapidamente o aumento da demanda. Esse desencontro de ações governamentais contempla as importações, que em breve podem levar o País a um irreversível processo de desindustrialização.