Encerrado o Carnaval, a Receita deveria fazer uma devassa nas contas das escolas de samba

Pente fino – Nove entre dez brasileiros acreditam que os desfiles das escolas de samba é o maior espetáculo da Terra. Quando aterrissa no mundo das autoridades, o assunto é unanimidade. Ou seja, todos concordam que o as escolas de samba proporcionam um show Jamais visto no planeta. O que em tese explica a presença de tantos estrangeiros em terras verde-louras durante o Carnaval.

O Carnaval como um todo atrai uma legião de turistas de diversos países, além de gerar empregos temporários e aquecer a economia de importantes e conhecidas cidades brasileiras. Se por um lado o espetáculo que marca o tríduo momesco impressiona até mesmo aqueles que estão acostumados com o tema, por outro deveria abrir os olhos das autoridades. Muito longe dos sambódromos, as escolas de samba têm contabilidade que não bate com as informações sobre gastos divulgadas ao público.

A exemplo do que acontece em campanhas eleitorais, uma escola de samba não vive sem o malfadado caixa 2. Colocar na avenida um enredo com chances de vitória requer investimento alto. E normalmente o dinheiro que alimenta a construção desse sonho durante meses seguidos vem do mundo do crime e das contravenções, alcançando as passarelas do samba sem jamais ter decifrado o significado da palavra tributo.

Se, de acordo com a Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”, não há, sob a ótica legal, diferença entre a contabilidade das escolas de samba e a da Daslu, conhecida Meca do consumismo paulistano, que levou sua outrora proprietária para trás das grades. O Estado só deixa de agir no caso das escolas de samba porque qualquer retaliação provocaria dividendos políticos negativos, o que inviabilizaria a reeleição de muitos políticos profissionais. Resumindo, a folia de Momo acabou, mas o Brasil continuará sendo um eterno Carnaval.