Covardes recompensados, sindicalistas aceitam proposta palaciana contra os trabalhadores

Tudo combinado – Diferentemente do que faziam na época em que o Partido dos Trabalhadores liderava a oposição, os representantes das centrais sindicais, que recentemente destilaram ameaças na direção do Palácio do Planalto depois do pífio reajuste do salário mínimo, se acovardaram nesta sexta-feira (11) durante reunião com a presidente Dilma Rousseff.

Os sindicalistas aterrissaram em Brasília levando na bagagem a proposta de reajustar a tabela do Imposto de Renda em 6,46%, como forma de compensar o ganho próximo de zero do salário mínimo, mas acabaram aceitando a argumentação palaciana, que fixou em 4,5% o reajuste, centro da meta da inflação.

Esse recuo repentino por certo não sairá de graça para o Palácio do Planalto, que de alguma forma proporcionará aos líderes sindicais algum tipo de compensação pessoal, mesmo que nos bastidores. A primeira sinalização, que passou ao largo da atenção do brasileiro, é a decisão da presidente Dilma Rousseff de abrir vaga para os trabalhadores nos conselhos de trinta estatais federais. E caberá aos sindicalistas a indicação para os cargos, verdadeira ode ao ócio remunerado.

Ao deixar o encontro com a neopetista Dilma, o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), tentou justificar o recuo. “Propusemos à presidente Dilma que ela fizesse um reajuste maior que 4,5% ou adotasse uma política de reajuste do Imposto de Renda no centro de meta para os próximos quatro anos. Achamos que essa reivindicação, de reajuste pelos próximos quatro anos, foi atendida. Ela disse que a proposta seria levado em alto grau, em alta consideração”, disse o parlamentar e dublê de sindicalista.

Acontece que esse discurso evasivo dos líderes sindicais em nada ajuda o trabalhador, que até a próxima manifestação de boa vontade do Planalto terá o salário mordiscado pelo Leão. Mesmo diante de um governo sindicalista, acostumado aos conchavos espúrios das coxias, há petistas que ousam dizer que o PMDB é uma legenda de fisiologistas.