Balançando no cargo, ministro Guido Mantega não sabe como combater a inflação e segurar o Real

Hora da verdade – Tão logo a inflação começou a mostrar suas afiadas garras, a equipe econômica do governo Dilma Rousseff anunciou que vencer o desafio seria tarefa fácil. Passadas algumas semanas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que continua na corda bamba, reconhece que não é tarefa fácil combater a inflação e conter a valorização do Real frente à moeda norte-americana.

Em viagem a Washington, onde participa das reuniões do G-20 e do Fundo Monetário Internacional, Mantega negou que as medidas adotadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff acontecem a “conta-gotas”. Ao defender a atuação das autoridades econômicas, Mantega disse que “não é fácil conseguir conter a inflação, o que significa aumentar os juros, e ao mesmo tempo tomar medidas para conter a valorização do real, mas acho que temos conseguido.”

Mantega pode falar o que bem quiser, mas as medidas adotadas pelo governo são inócuas e homeopáticas, o que nem em sonho é capaz de combater o maior fantasma da economia. O atual quadro resulta da irresponsabilidade do então presidente Luiz Inácio da Silva, que no final de 2008 ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a manutenção do consumo, como forma de evitar as consequências nefastas da crise financeira internacional, a tal da “marolinha”. Foi no vácuo desse pedido absurdo que a inflação encontrou terreno fértil para ressurgir com força.

Recentemente, Guido Mantega anunciou o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) nas compras realizadas com cartões de crédito no exterior, como se isso fosse uma solução extraordinária no combate à inflação. Para provar que a medida servirá apenas para engordar os cofres federais em R$ 800 milhões, os brasileiros gastaram no exterior, nos dois primeiros meses de 2011, pouco mais de US$ 3 bilhões, valor 40% maior se comparado com o mesmo período do ano anterior.

No último dia 7 de abril, Mantega voltou à cena e anunciou o aumento do IOF, de 1,5% ao ano para 3%, nas compras a crédito. A medida, segundo o ministro, foi adotada para ajudar na guerra palaciana contra a inflação, pois acredita o governo que essa majoração de imposto será capaz de frear o consumo. Com a queda do dólar, os preços dos produtos importados, em Real, tendem a cair, o que manterá a demanda em níveis elevados, pois a nova alíquota do IOF passará ao largo da consciência do consumidor.

O que causa estranheza é que, diferentemente do que aconteceu após o final da era FHC, que foi acusado por petistas de ter deixado uma herança maldita, nenhum companheiro apareceu até agora para falar sobre a maldição que reina no espólio deixado por Lula. Como disse certa vez aquele famoso e ébrio filósofo de botequim, “nunca antes na história deste país”.