Requião ataca novamente e diz que parlamentares são vítimas de “bullying” por parte da imprensa

Depois de acusar a imprensa de praticar bullying contra os parlamentares, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que reapresentará projeto de lei que apressa o direito de resposta nos veículos de comunicação. Requião fez um pronunciamento há pouco no Senado Federal e lembrou o episódio de segunda-feira (25), quando retirou de forma truculenta o gravador de um repórter que o questionava sobre a pensão vitalícia de governador no estado do Paraná.

Requião disse que as perguntas teriam sido “encomendadas” pela Rádio Bandeirante, onde trabalha o jornalista. No seu discurso, o ex-governador do Paraná afirmou que a entrevista teria sido feito no “modelo CQC” e que o repórter queria “extorquir”. “Foi quando perdi a paciência e peguei o gravador do repórter. Por que o fiz? Para que ele não editasse a entrevista, não a picotasse, não a desfigurasse”.

“O repórter queria como que me extorquir respostas, não para esclarecer o tema, mas para acuar o entrevistado, ao modelo desses programas que se tem. Ao modelo desses programas que citei. Foi quando perdi a paciência e peguei o gravador do repórter. Por que o fiz? Para que ele não editasse a entrevista, não a picotasse, não a desfigurasse. Peguei o gravador, copiei a entrevista e a publiquei na íntegra, em minha página na Internet. Quem quiser saber como foi a entrevista acesse a página e ouça Robertorequião.com.br”.

Mas não deu detalhes de como seria essa extorsão. Ele chegou a se comparar a Jesus Cristo, que não teve paciência com os vendilhões do templo.

Disse que quando foi governador por duas vezes cortou a verba publicitária dos veículos de comunicação e que por conta disso teria sofrido por meses a fim críticas contundentes. “Apanha o governo ou abre as burras”, comentou Requião. A sua segunda administração sucedeu ao governo de Jaime Lerner, que teria gasto R$ 2 bilhões em publicidade, segundo afirmou Requião sem citar o nome do político paranaense.

O senador não se desculpou pelo ato que provocou na manhã desta terça-feira (26) uma representação contra ele na Mesa Diretora, pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e pelo Comitê de Imprensa do Senado. “Ontem perdi a paciência”, admitiu.

Requião afirmou que não abriu mão da pensão por conta de seus problemas financeiros. Afirmou que tinha até mesmo problemas para cobrir gastos de despesas familiares comuns, situação que viveu logo após deixar o governo no ano passado.