A “pornochanchada”, criatura da ditadura, virou cinema Cult em festival no Rio

(*) Carlo Iberê, do CineLux

A ditadura militar de 1964, como todas as ditaduras, causou diversos estragos ao Brasil. Uma dessas deformações filhas da ditadura é a “pornochanchada”.

O termo é a mistura do cinema brasileiro popular e inocente da década iniciada em 1930 com um arremedo de pornografia, e que virou praticamente a única válvula de escape.

Os milicos, pensando que salvavam o Brasil do comunismo, se aproveitaram da soma para demonstrar, e ao mesmo tempo esconder, o que era permitido ao cinema nacional censurado.

Para resgatar essas histórias, começou na Caixa Cultural, no Rio de Janeiro, esta semana, a exibição de 20 filmes e uma mostra com 33 dos cartazes de cinema que consagraram diversos artistas gráficos brasileiros.

Algumas peças inclusive eram melhores do que os filmes. Um ilustrador que ficou famoso foi José Benício, autor do cartaz ilustrativo. No final das contas, a pornochanchada acabou virando cult. Aqui a programação.

Amanhã, entre os em exibição está um filme já decorrente daquela indústria, “Convite ao Prazer”, de 1980, de Walter Hugo Khouri, reunindo as “divas” Sandra Bréa e Helena Ramos (cena abaixo), e Roberto Maya.Três nomes que evoluiram a partir da pornochanchada.