Perguntas que Antonio Palocci deveria responder para explicar a evolução do seu patrimônio

Pontos obscuros – Na representação encaminhada na tarde desta terça-feira (17) ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o líder da bancada do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno, afirma que restaram muitas dúvidas relacionadas ao crescimento do patrimônio do ministro Antonio Palocci Filho (Casa Civil) nos últimos quatro anos. Ele pede que as denúncias sejam apuradas pelo Ministério Público Federal.

Bueno sugere que a Projeto Administração de Imóveis, de propriedade do ministro, tenha sido aparentemente usada como “anteparo” para escamotear o crescimento vertiginoso do patrimônio. Palocci disse que a multiplicação por 20 de seu patrimônio foi possível através de consultorias. “Mas o ministro não teria fornecido informações sobre o faturamento da empresa”, observa o parlamentar do PPS.

No documento, Rubens Bueno afirma que permanecem sem explicação alguns pontos, como sua clientela, faturamento da empresa no período e os serviços de consultoria prestados. E o parlamentar quer saber o óbvio. Como o ministro encontrava tempo para administrar a empresa, uma vez que exercia o mandato de deputado federal e seu sócio minoritário reside nos Estados Unidos?

É também foi apresentado questionamento sobre capital social da empresa. Se o ministro detinha 99,9% do capital social, porque ele não optou por fazer a retirada de lucro e registrar os imóveis em seu próprio nome, ou seja, como pessoa física? Questiona também se a escolha da área de atuação da empresa (consultoria financeira e econômica) tem alguma relação com o fato do então deputado federal ter sido, àquela época, membro da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados?

No documento, o líder da oposição resenha boa parte da reportagem da denúncia publicada na “Folha de S. Paulo”. Registra que no período de quatro anos, quando Palocci exerceu o cargo de deputado federal pelo PT de São Paulo, recebeu R$ 974 mil a título de subsídio. “Mas a matéria informa que o patrimônio adquirido no mesmo período consiste em um apartamento, no valor de R$ 6,6 milhões, e um escritório avaliado em R$ 882 mil.

Na verdade, a empresa, cujo novo objeto social é a administração dos dois imóveis constantes da denúncia, tinha no seu rol de clientes alguns dos mais importantes bancos, nacionais e estrangeiros, que atuam no País.