Venda de aço em 2011 mostra que consumo deve continuar em alta, para temor dos palacianos

Fio trocado – Tida como exata, a estatística é aquela ciência que considera morna a pessoa que está com a cabeça no forno e os pés no freezer, ou vice-versa, não levando em conta a possibilidade de a morte já ter batido à porta do incauto. Esse introdutório serve apenas para ilustrar o ufanismo que emoldura as pesquisas que apontam a queda da inflação, o que não anula a seriedade dos órgãos responsáveis pelos citados trabalhos.

Desde que chegou ao Palácio do Planalto, a presidente Dilma Vana Rousseff tem repetido que a teimosa inflação será vencida a qualquer momento, o que em tese justifica os sucessivos aumentos da taxa básica de juros. Ao mesmo tempo em que se cala diante da fracassada empreitada contra a inflação, Dilma evita falar sobre a herança maldita deixada por seu antecessor, o fanfarrão Luiz Inácio da Silva.

Para provar que a inflação está com energia de sobra, as vendas de aço no País, em 2011, devem registrar crescimento de 18,6%, chegando à incrível marca de 24,6 milhões de toneladas, segundo informação do Instituto Aço Brasil (IABr). Por sua vez, a produção brasileira de aço bruto tem previsão de crescimento de 19,8%, em relação a 2010, saltando para 39,4 milhões de toneladas.

Considerando que nenhum empresário produz aço para guardar no fundo da fábrica, a tendência é que a indústria de transformação aumente as encomendas porque acredita na alta do consumo. E se esse quadro se confirmar, o que não é difícil, qualquer esforço para derrotar o mais temido fantasma da economia será absolutamente inócuo.