Aliados divergem sobre a questionável articulação política do governo da neopetista Dilma

Discursos contrários – Minutos após a concorrida cerimônia de posse da ministra Gleisi Helena Hoffmann, da Casa Civil, o jornalista Gilmar Corrêa, editor-adjunto do ucho.info, ouviu alguns parlamentares sobre o fraco relacionamento do Palácio do Planalto com o Parlamento. Senador pelo PT do Mato Grosso do Sul, Delcídio Amaral disse que a chegada de Gleisi Hoffmann não soluciona o principal problema do governo. O fraco relacionamento do governo federal com o Congresso Nacional. Vale lembrar que Dilma Rousseff, desde a eclosão do “Paloccigate”, tem chamado para si a responsabilidade da articulação política, mas almoços e jantares no Palácio da Alvorada não resolvem a questão.

Deputado federal pelo PT paulista, Arlindo Chinaglia, que já presidiu a Câmara, tem opinião contrária. Chinaglia entende que o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio Nóbrega (PT-RJ), terá a partir de agora novas tarefas. Acontece que Luiz Sérgio, que foi um fiasco como líder do PT na Câmara dos Deputados, tem sido alvo de críticas contínuas e pode cair a qualquer momento. Sem contar que o ministro, que é homem de confiança de José Dirceu, permaneceu calado e inoperante durante a crise deflagrada a partir do escândalo de Palocci.

Vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, o paranaense Osmar Serraglio (PMDB) disse que a tendência é que o relacionamento do Palácio do Planalto com o Parlamento melhore em termos de qualidade, pois até então o ex-ministro Palocci Filho vinha acumulando duas penosas funções: o gerenciamento do governo e a articulação política.

Independentemente das declarações dos aliados do Palácio do Planalto, Dilma tem sobre a escrivaninha presidencial um problema sério e que carece de solução imediata, pois do contrário o governo enfrentará sérios problemas no Congresso, que já percebeu a fragilidade da presidente.