Violação de e-mails de Dilma Rousseff transforma Polícia Federal em polícia de governo

Sob encomenda – Por meio de nota divulgada na quinta-feira (30), o Ministério da Justiça informou que a Polícia Federal instaurará inquérito para investigar a violação da conta de e-mail da neopetista Dilma Vana Rousseff. Durante a campanha presidencial de 2010, um hacker, que mora no Distrito Federal, invadiu o correio eletrônico da então candidata do Partido dos Trabalhadores, de lá subtraindo aproximadamente seiscentas mensagens. O transgressor cibernético tentou, sem sucesso, vender o material aos partidos de oposição. Ao Democratas o hacker pediu R$ 300 mil pelos e-mails, enquanto ao PSDB o lote de e-mails foi ofertado por R$ 3 milhões. Ambas as legendas rechaçaram a oferta.

O temor palaciano de que o conteúdo dos e-mails venha a ser utilizado politicamente obrigou a entrada da Polícia Federal no caso. Isso mostra que o PT palaciano abusa da teoria popular “dois pesos e duas medidas” quando seus filiados estão em perigo, o mesmo não acontecendo quando a “companheirada” comete leviandades pelo Brasil afora.

Quando eclodiu o escândalo dos aloprados, que culminou com o falso e malfadado Dossiê Cuiabá, a Polícia Federal, que prendeu em São Paulo dois petistas com R$ 1,7 milhão em espécie, dinheiro que seria utilizado para pagar o conjunto de documentos apócrifos contra os tucanos, a autoridade policial que inicialmente conduzia o caso foi afastada. Cinco anos após o episódio, ninguém reclamou a quantia apreendida pela PF.

Em 2010, no mesmo período em que os e-mails de Dilma Rousseff foram vasculhados, o sigilo fiscal da filha de José Serra – à época adversário da petista na corrida presidencial – foi covardemente violado, sem que até agora algum tipo de punição tenha sido imposto aos responsáveis. O mesmo aconteceu com a tentativa de o PT, na campanha presidencial, de produzir um dossiê contra Serra, ação que foi tentada em 2004, por ocasião da disputa pela prefeitura de São Paulo.

Em outras palavras, quando o PT do Palácio do Planalto decide a Polícia Federal se transformar em polícia de governo, o que afronta os princípios democráticos que regem essa barafunda chamada Brasil.