Produtos chineses invadem o País de forma predatória e derrubam indústrias brasileiras

Fim do caminho – Na quarta-feira (27), ao anunciar o novo pacote para conter a queda do dólar, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, disse repetidas vezes que as medidas tinham como objetivo não apenas dificultar a ação dos especuladores que apostam na valorização do real, mas também minimizar as agruras dos exportadores brasileiros, já que os produtos verde-louros há muito enfrentam falta de competitividade no mercado internacional.

O discurso de Mantega foi esculpido para passar à porção leiga da opinião pública um cenário irreal e criar uma blindagem contra as críticas dos especialistas do mercado financeiro local. Falar em auxílio aos exportadores não passa de ufanismo de ocasião, pois uma ligeira valorização da moeda norte-americana não tornará os produtos nacionais vendáveis e competitivos no resto do planeta. O problema do setor repousa em um cipoal de fatores, entre eles o chamado custo Brasil, sem contar que a infraestrutura do País é um dos gargalos das exportações.

Há dias, a reportagem do ucho.info conversou com empresários do setor têxtil, que trocaram a desolação provocada pela concorrência dos produtos chineses por incursões empresariais na terra da Grande Muralha. Uma grande rede de lojas, com unidades espalhadas em quase todos os estados brasileiros, cansou de enfrentar a deslealdade de preços e passou a comprar produtos diretamente na China. E para lá mandou em caráter definitivo compradores que buscam produtos e fornecedores. Mas os estragos na economia brasileira não são restritos ao mercado de tecidos e confecções. O setor de máquinas e equipamentos também sofre. Para não ser obrigado a atrasar em seis anos o projeto de expansão de suas lojas, um conhecido empresário decidiu importar da China até as escadas rolantes que serão instaladas nas novas unidades da rede.

Certa vez, quando ainda estava na Presidência da República, Luiz Inácio da Silva ousou dizer que a China é uma economia de mercado. A afirmação se deu semanas antes de viagem do então presidente ao país asiático, mas somente o tempo foi capaz de provar ao petista que a economia comandada por Hu Jintao é no mínimo predadora.