Brasília tem o pior cardápio de filmes e deve ganhar o título de “manicômio dos cinéfilos”

(*) Carlo Iberê, do CineLux

Brasília, entre outras famas, ganhou o título de “o túmulo do samba” em honra às dificuldades que os apreciadores da festa popular têm para encontrar diversão por aqui durante o reinado de Momo. Importante assinalar os esforços de vários abnegados, que confirmam a regra, infelizmente.

Pois a Capital agora está prestes a ganhar outro e não se trata de “o templo dos escândalos”, em função do maior número de denúncias e quedas de ministros da história desse país, mas sim de “manicômio dos cinéfilos”.

A cidade, além de ter perdido oito salas, fechadas recentemente no CasaPark, um shopping de decoração, tem, provavelmente, o pior cardápio de filmes do Brasil.

Hoje, estão em cartaz apenas 12 títulos por aqui, todos “blockbusters”, os conhecidos filmes de sucesso, ou seja, comerciais. Não que esse seja o problema. Faz parte. O problema é o massacre e a falta de alternativas.

Ou se vê o que a ditadura da indústria determina e que está todo mundo vendo, em salas absolutamente lotadas, todas situadas em shoppings centers idem, ou quebra-se a cabeça em locadoras.

Apenas para comparar, na ponta do lápis, 37 filmes diferentes estão em cartaz no Rio de Janeiro, sem falar em duas ou três mostras específicas que acontecem por lá, conforme mostra “O Globo”. É mais um dos escândalos desta cidade seca – de ideias e umidade no ar.