Autoridades confirmam morte de Khaddafi e Brasil aposta que violência na Líbia deve acabar

País “liberado” – O ex-líder líbio Muammar Khaddafi foi morto durante um ataque à sua cidade natal, Sirte, segundo o Conselho Nacional de Transição (CNT), que governa o país, desde que o ditador fugiu de Trípoli. Nesta quinta-feira (20), horas depois do anúncio de que Khaddafi teria sido capturado e levado a Misrata, o primeiro-ministro líbio Mahmoud Jibril confirmou sua morte aos jornalistas. Em coletiva de imprensa na capital, Trípoli, Jibril disse que é o momento de dar início a uma Líbia nova e unida.

Sobre a morte do ditador, o chanceler brasileiro Antônio Patriota afirmou que “o Brasil espera que a violência na Líbia cesse, que as operações militares se encerrem e que o povo líbio siga nas suas aspirações e anseios, no espírito de diálogo e de reconstrução”.

A morte de Khaddafi ocorreu após semanas de combate acirrado em Sirte – um dos últimos bastiões de resistência do antigo regime. A Líbia é o terceiro país árabe, após Tunísia e Egito, a ter seu regime derrubado durante a onda de levantes conhecida como Primavera Árabe. O Tribunal Penal Internacional queria julgar o líder líbio deposto por acusações de crimes contra a humanidade.

Segundo a BBC, Khaddafi estava foragido desde agosto, quando rebeldes entraram na capital Trípoli e puseram fim ao seu regime de 42 anos – o mais longevo da África, e um dos mais longos do Oriente Médio. O governo interino pretende anunciar a Líbia “liberada” antes de indicar quais serão os próximos passos em direção às eleições democráticas no país.

O primeiro-ministro disse que as forças do CNT ainda estão em busca de Said al-Islam, o filho mais conhecido do coronel Khaddafi e seu herdeiro político, que deixou Sirte em um comboio antes da tomada da cidade.

O primeiro-ministro britânico David Cameron, que teve papel de liderança na intervenção da OTAN na Líbia, disse que este é “um dia para lembrar de todas as vítimas do coronel Khadafi”. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que é um momento “histórico”, mas alertou que “o caminho à frente da Líbia e de seu povo será difícil e cheio de desafios”.