Ministro do Esporte repete corolário de respostas, mesmo com o anúncio da investigação do STF

(Foto: Elza Fiúza - ABr)
A dor do ministro – O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr.,concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (25) e repetiu a mesma cantilena, Disse o ministro que pediu investigação dos fatos, lembrou que foram 15 mil contratos do Programa Segundo Tempo assinados no ministério desde 2003. Antes de responder a apenas cinco perguntas, Orlando Silva voltou a dizer que é falsa a acusação da revista Veja.

Questionado sobre eventual convite para audiência no Palácio do Planalto, o ministro se limitou a responder: “Estive quase que a tarde inteira aqui com vocês, fui informado de um convite do Palácio do Planalto pelo líder da oposição. Até onde eu sei não é um pessoa constituída para falar pelo nosso governo. O próprio líder do governo desautorizou. Essa é a informação que tenho”, irônico.

Quanto à decisão do Supremo Tribunal Federal de autorizar a investigação contra ele, Orlando Silva repetiu que foi seu o pedido de investigação. “Para mim, não há nenhum fato novo. Nenhum fato que altere minha condição de inocente. O Brasil tem o devido processo legal. O Brasil tem instituições que funcionam e eu confio nas instituições brasileiras (…) Eu consegui serenamente desenvolver meu trabalho. (…) Há uma verdadeira campanha contra mim. Uma verdadeira cruzada que se faz.”

“Eu não tenho notícia, não ouvi rádio, não ouvi nenhum registro de imprensa.Eu vou sair daqui e no final da minha agenda de trabalho de hoje, procurar meus advogados, apurar exatamente o que é, exatamente do que se trata. Porque, inclusive, tem um padrão de comportamento da Procuradoria-Geral da República então eu vou ter que estudar qual é a situação, enquanto eu estava, como vocês viram, trabalhando”, esquivou-se Silva.

Perguntado se a saída do ministro estaria condicionada a uma decisão da presidente Dilma Rousseff, Orlando respondeu como em outras oportunidades que quem nomeia e exonera ministros é presidência da República. Silva afirmou que é uma função de confiança. “Não há o que comentar sobre isso, eu não comento os conselhos da oposição eu sei que uma parte da oposição está muito preocupada comigo; tantos conselhos me ofertaram nessa tarde.Mas é uma decisão que é personalíssima. Ela é exclusiva do comando do Poder Executivo.”

Sobre denúncias de irregularidades em convênios com o programa Segundo Tempo na imprensa, Orlando explicou que a acusação da gravidade da revista Veja provocou um grau elevado de indignação e de revolta. “O meu patrimônio é minha honra. Daí a decisão de peito aberto enfrentar todas essas calúnias e tomar todas as medidas. É uma decisão em defesa da minha honra, em defesa da equipe que trabalha para desenvolver o ministério do Esporte”, enfatizou.

O ministro afirmou que há cinco anos o PCdoB está no comando da pasta. “E basta observar, ano após ano, a avaliação dos órgãos de controle, as auditorias que vai se perceber que esse programa Segundo Tempo tem ano após ano dado passos para aumentar a sua eficácia”, frisou.

“Eu vivi no domingo às 19h00 um questionário de perguntas feitas para edição de segunda-feira, já tava online às oito da noite, onde não havia nenhuma hipótese de uma resposta adequada. Então, o que existe, na minha opinião, é uma campanha, é uma tentativa de desestabilização política e eu não aceito julgamento sumário, não compactuo com julgamento sumário em nenhum plano. Por isso, a minha revolta, a minha indignação e a minha coragem”, disse em evidente auto-elogio.

Silva disse que continuará sua defesa. “E dói muito ver determinados personagens num dia como hoje que tem a linhagem vinculada à parte mais sombria da história do Brasil aparecer como vestal e atacar uma organização de 90 anos de luta a favor do Brasil”, estocou a oposição.