Conjunto Nacional inaugura exposição de fotos do Theatro Municipal de São Paulo

Justa homenagem – Como parte das festividades do Theatro Municipal de São Paulo, que em 2011 completa o primeiro século de existência como um dos maiores ícones da cultura brasileira, será inaugurada na terça-feira (29) uma exposição de fotos no Conjunto Nacional, localizado na Avenida Paulista, 2073.

Dezoito displays trazem relatos históricos e imagens que são verdadeiras relíquias de acervo – em grande parte, inéditas ao público – e conta com registros muito especiais do renomado fotógrafo e arquiteto Cristiano Mascaro.

A exposição fotográfica é produzida pela Dado Macedo Edições, a mesma empresa responsável pelo lançamento do livro “Theatro Mvnicipal de São Paulo: 100 anos – Palco e Plateia da Sociedade Paulistana” que acontecerá no Livraria Cultura do Conjunto Nacional, no sábado 2 de dezembro.

Segundo o editor Carlos Eduardo Macedo, o projeto de realizar a exposição e publicar também um livro histórico vem de longa data, herdada pelo também editor Luciano Cerri, falecido em l998. “A saga deste projeto, na verdade, tem início em 1973, quando o jovem Cerri salvou de um final trágico todo um acervo de programas da história do Teatro” – explica Macedo.

“Na época, a editora responsável pelos programas do Teatro faliu e o tal acervo seria jogado no lixo. Cerri, que trabalhava na editora, por causa de sua paixão pela ópera e pelas artes em geral, resgatou esse material adicionando-o à sua coleção” O arquivo foi preservado e Cerri, quatro anos antes de morrer, apresentou a Macedo o que seria o primeiro esboço do livro.

Agora, com o lançamento do livro na Cultura, Dado Macedo promove também a exposição de fotos inéditas que, após o dia 9 de dezembro, deverá percorrer outros lugares públicos da cidade de São Paulo, como escolas e faculdades.

Muito estranhamente, a exposição não acontecerá no Theatro Municipal, alvo dessa homenagem maiúscula e necessária. É importante destacar que não se trata de descuido por parte do organizador do evento, o empresário Carlos Eduardo Macedo, mas de intransigência nada inteligente da diretora do Theatro, Beatriz Franco do Amaral, que do alto de sua evidente soberba proibiu que a exposição ocorresse no prédio construído pelo arquiteto Ramos de Azevedo e pelos italianos Claudio e Domiziano Rossi.

Palco para o talento de nomes renomados como Maria Callas, Enrico Caruso, Arturo Toscanini, Claudio Arau, Arthur Rubinstein, Ana Pawlova, Nijinsky, Isadora Duncan, Nureyev, Margot Fonteyn, Baryshnikov, Duke Ellington, Ella Fitzgerald, entre outros, o Theatro Municipal serviu como cenário para a “Semana de Arte Moderna de 22”, movimento que proporcionou uma revolução cultural no Brasil. Mesmo diante de invejável história, o Theatro Municipal é refém do pensamento obtuso de pessoas que fazem do patrimônio público uma espécie de senha para a promoção pessoal.