Ao manter Lupi no cargo, Dilma ignora os apelos da sociedade e desqualifica a Comissão de Ética

Virou baderna – Quando assumiu o poder central, Dilma Vana Rousseff disse, em alto e bom som, que seria intransigente com a corrupção. Desde janeiro deste ano até agora, a presidente tem se mostrado inoperante diante dos tantos escândalos de corrupção que marcam o primeiro ano de seu governo. Tanto é assim, que a tarefa de demitir os ministros tem sido delegada ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Ao manter Carlos Lupi no Ministério do Trabalho e questionar a decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência, Dilma mostrou aos brasileiros que combater a corrupção não é o seu forte. No caso do pedetista que se recusa a deixar o governo, Dilma precisa dar explicações ao povo brasileiro, em especial àqueles que a elegeram para comandar o País sem a ingerência criminosa dos corruptos.

Enquanto Dilma ganha tempo para decidir o futuro de Lupi, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que o partido não concorda com a ideia de centrais sindicais dominarem qualquer ministério. O comandante petista se referiu à presença da Força Sindical, dirigida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). Rui Falcão vive em uma democracia teórica e por conta disso pode pensar e dizer o que quiser, mas o aparelhamento do Estado é prática comum desde os primeiros dias da era Lula da Silva.

Fato é que, discursos evasivos à parte, Dilma Rousseff liquidou a seriedade existente na Comissão de Ética Pública. Fossem senhores de si, os membros do colegiado já teriam pedido demissão coletiva, como forma de mostrar que não compactuam com a bandalheira que tomou conta de boa parte da Esplanada dos Ministérios, assim como discordam da proteção que Dilma dá a Lupi.