Caixa investe em campanha milionária para lembrar sua história, mas esquece o escândalo do caseiro

Fora do tom – Para aplacar o apetite de alguns veículos de comunicação, o governo da presidente Dilma Rousseff entupiu a mídia com campanhas publicitárias oficiais. Entre as campanhas que estão no ar vale destacar a da Caixa Econômica Federal, que aproveita a sensibilidade das pessoas na época natalina e traz um filme em que um garoto vê sua mãe levar seu brinquedo predileto ao setor de penhor da instituição financeira, que ao final anuncia o perdão da dívida para esse tipo específico de empréstimo caucionado (o de brinquedos).

É importante frisar que independentemente do apelo dramático da campanha que está no ar, a Caixa é uma instituição financeira como outra qualquer e que não foge à regra da voracidade canibal que impera na seara do dinheiro.

Para finalizar o comercial, a Caixa estampa na telinha a atriz Glória Pires, que enfatiza que os 150 anos da instituição é “uma história escrita por todos os brasileiros”. Quem escreveu o texto da campanha tem razão, pois milhões de brasileiros escreveram a história sesquicentenária da Caixa, que tornou-se sócia do Banco Panamericano, à época de propriedade de Senor Abravanel (Silvio Santos), em uma operação bisonha e recheada de malandragens de todos os matizes.

De igual modo não se pode deixar à beira do caminho da história o escândalo que envolveu o então ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), acusado pelo honesto Francenildo Costa, o caseiro Nildo, de participar de diversos encontros na chamada “República de Ribeirão”, mansão fincada às margens do Lago Sul, em Brasília, utilizada para reuniões de negócios de petistas ilustres e poderosos e bacanais com conhecidas mulheres de programa. Por conta da denúncia, a Caixa quebrou o sigilo bancário do caseiro Nildo, suspeito de ter recebido dinheiro da oposição para fazer a tal denúncia. Na verdade, Nildo recebeu um dinheiro do seu pai biológico, um rico empresário piauiense. Desde então, o caseiro não conseguiu um novo emprego com carteira assinada.

Essa é a história que a Caixa tanto se orgulha e ventila aos quatro cantos do País por meio de campanhas milionárias. Enfim…